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(Ou os do subterrâneos)

Não tenho esse rosto

Nunca o tive

Assim como vês

Triste, magro, gordo, evasivo

Eu não tenho esses olhos

Meus olhos não são vazios...

Estas mãos têm força,

Mas as veras são melhores,

Não são estanques, nem frias.

Porém, o coração não se

Mostra a olhos carnais,

Apenas se fazem sentir

Todos os órgãos materiais...

(Não houve mudança

Nem simples, nem complicadas,

Nem sofrida, nem fácil)

Em todos os espelhos

Está a minha face,

De onde saem espectrais,

A me seguir,

Deixando em cada um deles

Um vazia a gerar faces novas

E antigas, sem controle,

Ectoplasmática,

Que vão se acoplando

Suavemente

Sobre a face congelada

Que carrego em cada momento,

Desaparecendo suavemente,

Como na boca sedenta

Se desfaz uma gota mágica

De uma água pura e transparente

Que se desfaz num língua quente

Sem chegar nem mesmo

Onde está a sede voraz

Dentro de um abismo sem fim

De onde essas faces fazem esgares

Como se a morte fosse

A essência de todas elas,

Me deixando repleto

Nas profundezas do meu ser

Como um cemitério

Onde os mostos afundam

Para o interior da Terra

Queimados, sem se desfazem

Pelas altas temperatura dos magmas,

Pressionados pela densidade

De todos os corpos,

Até que emitam o grito da segunda morte,

Que para sempre soam na minha mente,

No meu ser inteiro e imortal

Que anda entre toda essa gente

De ilibados valores éticos e morais...

Ah, quem anda a quebrar esses espelhos?

Não tenho esse rosto, não tenho...

06/2009

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 23/02/2025
Reeditado em 23/02/2025
Código do texto: T8271065
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