Perspectiva: renúncia ou covardia?

 

De um lado da janela

Tem trincos e tramelas,

Moçoilas tagarelas,

Em um tempo nada astuto… 

 

Do outro lado,

Um mundo apressado, 

Sonhos alados…

Tudo, a desvanecer, resoluto. 

 

Do lado de cá, as solidões, 

As malditas desilusões, 

Nos encalços das razões, 

Nos leitos das infelicidades… 

 

E do lado de lá, vão-se os corações, 

Passam-se as estações, 

Os trens e seus vagões, 

A deixarem, ali, saudades…

 

Então, para qual lado da janela,

Ó indecisa donzela,

De fato, queres pular? 

Para o lado onde a vida é bela?

Ou para aquele que te revela,

Que a tua desdita será?