Desilusão.

 

Aquela estrela revela

Que ainda sou os sonhos dela,

Que ela ainda vive em mim…

 

Aquele barco à vela,

Que vejo ao longe da janela,

É o que me faz pensar assim…

 

A flutuar na solidão,

Assim como está meu coração, 

Tão distante do seguro porto!

 

Perdido na imensidão, 

Em que os frios vazios se dão,

Nas ondas do desconforto… 

 

Aquele barco solitário, 

Remete-me ao ledo imaginário, 

Às cristas da perdida ilusão… 

 

Aquele oceano relicário, 

A chacoalhar os penduricalhos,

Que encantam o meu coração.

 

Aquele barquinho triste,

Que a tantas procelas resiste,

Tem o mesmo azimute meu..,

 

E o vento das eras insiste, 

A soprar para onde não existe,

Nem meu porto, nem o seu.