As reticentes raias da desilusão.
Ao me convencer que realmente, em ti eu existia,
Comprometi minha existência…
Ao ousar pensar, que viver em ti, me bastaria,
Não me atentei às consequências…
Ao pensar que meu frágil ser, em ti, se fortaleceria,
Tornei ainda mais fraca, a minha resistência…
Quando julguei que ao te amar, eu me perpetuaria,
Restringi, para aqui, a minha permanência…
Quando te vi e senti, que em ti, tudo eu apostaria,
Apaguei a minha, até então, atuante consciência…
Quando me convenci de que jamais te esqueceria,
Experimentei arrasadora abstinência…
E agora que, somente em sonhos, eu te vejo,
Sou incapaz de suportar a tua seletiva resiliência…
Enfim, tornou-se lenta tortura, o tanto que te desejo,
A ponto de sondar-me, a demência…
E mim, os dias sem ti jazem, tristes e lentos,
A tirar-me o afã de insulsa revivescência…
E a alma mergulha em profundo lamento,
Assim, recluso no obtuso, confuso, eu abuso, do infindável uso, dessas ininterruptas reticências…!