A prisão animalesca

Tenho cá dentro de mim mil feras

Afim, e cada uma delas regeu sobre mim

Ações pusilânimes difíceis e impossíveis

De confessar, mas isto não as fazem

Calar, elas vão sempre comigo por onde

Andar...

A diferença de agora é que as percebi

Mas foi tarde demais para evitar o que já fiz,

Coisas abomináveis que ora em mim mora,

O passado não morre nem passa, em nós se demora,

Escondido sob o negrume da consciência violada

A cada passada, a cada gesto, a cada palavra

A cada pensamento, em tudo que a gente faz...

Feliz daquele cuja mente um dia transluz,

Amargo é o sabor de ser a si mesmo

Deste então...

Não há perdão que possa mitigar

A dor te ter traído o bom senso, sempre à mão

Porém, a quem, nós, os cegos verdadeiramente,

Pertinazes, vamos dizendo não e não...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 20/12/2023
Reeditado em 20/12/2023
Código do texto: T7958365
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