O HOMEM IDEAL
O homem ideal,
Habitante do Mundo das Ideias,
Insensível no Mundo Sensível,
É por si mesmo idealizado
E nós, tolas, cremos em seu mito!
Sentimos um pueril amor platônico
Por esse habitante do Mundo Inteligível e intangível,
O qual nunca vemos caminhar pelo Mundo Tangível
E por isso jamais poderemos senti-lo!
Por não sermos amantes da sabedoria,
Tornamo-nos amantes ignorantes
Desses idealizados habitantes
Que povoam nossa fronte
Com a bela ilusão
Das ideias e ideais irreais!
Com tantos homens curvados sobre nós,
Falando sem parar para manter a ilusão,
Não vemos a luz, não sentimos o sol,
Não ouvimos nossa própria voz,
Não ouvimos a voz da razão!
E assim,
Cativas da histeria coletiva
Que chamam de senso comum
E que se traduz em delírios de romantismo,
Permanecemos acorrentadas na caverna,
Em nossas profundezas instintivas!
E com um brilho nos olhos
Que nos deixa completamente cegas,
Nem enxergamos mais os grilhões,
Não porque vimos o Sol
Ou as chamas da razão
Que encantam com seu brilho,
Ocultas pelo bloqueio pétreo;
É pelo encanto ilusório e sombrio
Das belas silhuetas do grande mito!
06/11/2023
Nota sobre a foto: imagem da internet sem identificação de autoria. Busco exaustivamente a autoria de cada imagem, mas nem sempre a encontro. Caso alguém conheça sua autoria, por favor, me informe para que eu possa identificar a imagem e dar o merecido crédito ao artista.