"Quando eu for..." [02 de julho de 2023]
Quando eu for embora...
Antes de tu sentires a minha partida,
Olha o aquário vazio,
A casa arrumada por terceiros
E todos os maus costumes
Das tolas tradições do teu terreiro.
Quando eu for embora...
Não fales de pecúnia ao liso;
Lembra-te: o que faltou era gratuito
Mas não por caso fortuito
De um jogo, uma bebida, infantes adultos
Do péssimo costume agarrado ao indulto...
Quando eu for embora...
Olha as plantas enfeadas
Da Escola do interesseirismo estrangeiro
Da subserviência para com terceiros
De todos os avisos e seus argumentos
Que agora residem sob o cimento.
Quando eu for embora...
Ficarás temporariamente triste,
Mas assim como (pra mim) cagaste
Os teus irão “cagar” para os teus sentimentos
O Universo dará sua volta
Argumentos frívolos e indiferentes.
Quando eu não estiver mais aqui
Dar-te-ão os filiais beijos
A declaração do amor vazio
Sem a dádiva da obediência e do respeito
Voltarás, sem mim, à simplicidade
Da ilusão de bons filhos quase perfeitos
Mas que bom que tens boas amizades.
Quando eu for...
Lembra que teu touch,
Agora dedicado a uma tela fria,
Não era mais para minha cabeça quente
Quente, porém, nunca vazia,
Mais uma coisa, pros outros, será bacana.
Terás mais tempo para alheias demandas
Manter-te-ão bem ocupada, com suas gincanas.