Lembranças.

 

Houve um tempo da gentileza,

Do encanto, da beleza,

Do cuidado, da certeza

De que tudo duraria.

 

Houve um tempo de delícias, 

De sonhos, de carícias, 

De cenas propícias, 

Às loucuras e fantasias.

 

Houve o tempo de bonança, 

De esperança, de que nas suas tranças, 

Ser criança eu voltaria.

 

Houve um tempo de olhares traçantes, 

De risos e beijos vibrantes,

Em encontros de instantes,

Que bom tempo perdurou,

 

Mas houve, enfim, o tempo inesperado, 

Impiedoso, desastrado, 

Que tanto amor ignorou!

E um amor que foi alado, 

De tão seguro - descuidado, 

Simplesmente se acabou.