Encruzilhada

Está em mim é invocar

O céu ao meu meu socorro,

Me debruçar num todo;

Um vulto, a própria sombra.

É implodir inteira a rebuscar

Partículas do universo

Que a mim se assemelham.

Dentro desse labirinto

Vejo-me em espelhos onde degenero,

Disforme na busca incontida do ID

Em direção dimencional da minha alma.

Por estas estações da vida

Tenho-me detido para achar

A magia de estar em mim.

Um sermão defende o Eu.

Estremeço no asco existencial e faço-me

Pintura da arrogante imagem.

Por instantes silencio em temor a vida.

Momentos depois estampa a razão

Do holocausto.

Estremeço, ressalvo, queixo-me

Queixa-te pois ouvindo as tuas queixas

Acharás as tuas verdades,

Éis o infindável achar.

Achar o quê?

Se não passo do engateado,

Cada vez que me procuro

Não me vejo refletir.

Serei sequelas de um passado negro?

Infecundo, neutro, inacabado.

Onde me encontro varrem-se emoções

Sem ninho.

Fico longe a apreciar o meu ser

Demente adormecer.