Dá-me liberdade
Dá-me a chave dessa liberdade,
deixa eu voltar pra mim.
Eu corro à cem com a vontade
de me desprender de ti.
O ópio já perdeu o seu regaço
deixando paixão onde só havia cansaço.
Presa estou nesse laço indigesto,
que eu danço em descompasso...
As paredes apertam-me os sentidos.
Afogam-me os espaços...
De repente, eu vejo a sorte me sorrindo.
Mas quando seu beijo me toca os lábios...
É felicidade mórbida me reprimindo...
Engulo o riso, logo depois me afasto.
É só dentro de você que eu me encaixo.
Essas tuas garra...
Descolando minha derme,
rasgando minha vestes...
Nem suor e fluído me impedem
de misturar você em mim
Beber-te aos poucos foi meu pior veneno...
Tomei um porre de você,
agora a ressaca me recobra as horas,
de ter tido a chance de te merecer.
O tempo que eu tenho pra te amar,
sem deixar de me entregar e viver...
Me permitir gozar por um instante,
e logo depois morrer,
É como rodar sem sair do lugar,
é como fugir do meu próprio ser.