Degradê

Eu viajei por tanto tempo

Sedento, Hoje sou desconhecido

Atento, na proa do barco me sento

Relendo, relento, revendo, conhecido

Sentimento, sob luz do luar, invento

Momento que tudo cria, tudo grava

Afaga, traga, naufraga me grafa

Em garrafa, tudo que é esquecimento

Ao redor não mar, não azul, não

Só cinza degradê do mórbido cimento

Linhas e linhas, e retas, construção

Que bate, que pulsa, vibra, coração

Compaixão, com paixão, como chão

Gélido, áspero, sem movimento