SOBRE DECEPÇÕES

As vezes a vida de alguém

Se dilui na nossa,

Faz de nós uma estrela maior

traz acordes e o coração adoça.

Dá à nossa vida, um rumo

De nau à deriva do amor

Que troça da onda hostil,

Dos desvãos, do despreso ou rancor.

Sem menos, desce para o ventre

Aberto do infortúnio,

Os sonhos mais belos

Vão brotar num rubro plenilúnio.

Voejam na solidão

Sem luzes nem nuanças,

Como aves de azeviche,

Todas as esperanças.

Que em vão tentam fugir

À dor que as agasalha

Envolvendo o amor

Em líquida mortalha...

(Chuvas amontoam-se nos horizontes...)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 06/06/2020
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