M U S A Í B A
O que tu espera de um poeta desempregado ?
De um poeta desafetado de sentimentos ?
De um poeta desapregado de religiões ?
De um poeta desapegado de pensamentos ?
Que vos ame que vos odeie ?
Que suplique o vosso indulto ?
Ou que se humilhe de joelhos aos vossos pés ?
Ando tão fatigado da porra da vida.
Não tenho mais o borbulhar do gênio.
Não tenho mais
o ardor do amor da velha mocidade.
Não escrevo mais poeminhas varonil.
Não sou mais
o poetinha de alma gentil.
Ando tão fatigado de tudo,
para que viste aqui,
minha musaíba
ver-me assim tão maldizente?
ver-me assim tão " proustituto?"