Sem título
Desfaço o céu, tiro o chapéu
Despido-me dos meus nomes
Afasto a cortina e rasgo o véu
Deste sujeito sem pronomes
Me soco na cara, me atiro na bala
Me jogo direto aos seus pés
Eu grito na sala, vazia é a mala
De alguém que viaja de ré.
Me dê esperanças e me ajude com isso
Eu não sei mais o que dizer
Tenho papas na língua, eis meu ofício
É tudo o que sei fazer
Me traga um cigarro, ou uma cachaça
Tanto faz como tanto fez
A vida que eu tenho, uma hora passa
Pra descansar em paz de uma vez.