E como ele era bonito...
Não necessariamente de uma beleza clássica.
Mas belo no ficar, no ir, no pouco sorrir
( e sorrir só para ela)
Daquele jeito acanhado
de quem não se quer revelado.
Fazia dela uma rainha.
Tinha o desejo sempre pronto
e o amor  dele?
A conta exata do amor dela!

Ele ostentava um porte altivo
Homem de brio
e força.
Sentia-se emanar dele um certo ar de imponência .
Ela pequena e frágil...
( Mais ainda frágil se fazia)
Coisas de dengo
Manhas de mulher
menina...

Mas sempre, sempre há o vendaval.
Daqueles que varrem as roupas no varal,
despetalam as pétalas das margaridas
e bagunça o cabelo da gente.
... E foi nas asas de um vento desses
que se voou a ternura
dele por ela.
... Violetas na janela é o que se vê por lá.
Ainda.
Não há mais manhas ou dengos.
Há saudade
Há solidão.
E a certeza de que o que é belo
é finito.


Imagem: Pinterest 
 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 27/12/2017
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