Não poderia jamais dimensionar o que sinto agora
É um redemoinho de sentimentos tumultuosos, sem fim
Que adentram pelas fendas do meu eu em conflito
E não consigo acertar em nada. Sou águas turvas.
Sinto mágoa da vida louca, não escolhida por mim...
Sinto culpas pelas escolhas que fiz. Não foram certas
Sinto uma melancolia que me enverga os ossos e a cerne
Sinto tudo, a todo momento, pesar, dor e tormento!
Olho nos teus olhos e contemplo tristeza de tempos
E todo esse pesar comove e move todo o meu ser
Quisera tanto ser para ti risos, calor e contentamento
Mas se não sou, o que hei de fazer, se é isso que sou!
E a noite desce sobre meus pensamentos ambíguos
Contemplo teu rosto inocente, crispado e lindo
Ergo minhas mãos aos céus, numa prece sem crença
Desesperada e incontida__ Eis diante de ti, minha vida.