VOZES DO TEMPO

No peito, um apertado coração moído,

Carcomido, remoído, desiludido de tudo.

Vejo gentes e ouço vozes, aos montes,

Tão perto e tão distantes...

O dia está claro, sinto nuvens negras n'alma,

Nuvens de pensamentos que me queimam.

Túneis do tempo um depois do outro

Sempre levando aos mesmos lugares,

As mesmas gentes as mesmas dores.

Pontes sobre íngremes desfiladeiros

Desafiam meus traumas e incertezas.

Até quando, até onde irei nesse navegar

De nuvens e marés dos tempos?

Hiatos de mim mesmo a procura de razões,

De sermões e coragem pra continuar.