RESTOS DE OUTONO
 
Estes resquícios findos de outono,
Esta chuva que me molha o rosto,
Este teu beijo de pleno abandono,
Trazendo-me desprazer, um desgosto.
 
Ah, dias que deságuam, não acaba,
Como os olhos d’água que forma o rio,
Crendo neste beijo que me deste frio,
Fazendo-me outono, cheio de mágoa.
 
Essa cerração que traz tua imagem,
Em meio à solidão e resquício de luz,
Revelando teu semblante, tua imagem,
Naquele caminho turvo que me conduz.
 
Oh, outono seja breve, vá embora,
Deixe-me só com minha breve dor,
Descreva nos caminhos outra hora,
Teus ditos e feitos contra meu amor.
 
Outono não demore, quero esquecer,
Outono não revele o sonho, meu desejo,
Quero voltar no tempo, renascer,
Como a fênix, recarregado, prevejo.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 08/04/2014
Código do texto: T4761836
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