Sonhos

Nas andanças que faço por estradas imaginárias

Torno-me sujeito mutável em derradeiros instantes

Vejo rostos conhecidos em indiferenças ordinárias

E inimigos cordiais em seus gritos retumbantes.

Voo alto sem limites sobre pântanos e desertos

O tempo é quase nada nos labirínticos confins

Os pensamentos nesses ares são totalmente libertos

A negridão deixa às claras os mais floridos jardins.

Num minuto um céu azul e em outro noites pálidas

As mudanças repentinas mostram-se fiéis ao cenário

As nuvens nascem belas em peculiares tardes cálidas

Formam-se estórias complexas pelo finito itinerário.

Sou criança, jovem e velho, nessas vãs realidades

Danço e corro num compasso ditado por livres ventos

Mas o fim também se enquadra nessas águas de saudades

Tudo se esvai aos poucos trazendo à tona os lamentos.