O ANDARILHO
(Samuel da Mata)

Nos caminhos que eu ando, sozinho e triste, encontro
Sorrisos vazios, estranheza de afetos, lágrimas sem sal
Às vezes penso que achei minha alma gêmea, que tonto
Apenas ave desgarrada, buscando abrigo em minha nau

Às vezes encontro pessoas boas, puras, de almas belas
Mas seus caminhos são outros, não mudam seu norte
Censurá-las como? São como eu, almas em sequelas
Despedimo-nos apenas, desejando ao outro: boa sorte

Os caminhos se cruzam, paramos por um momento
Com algumas vivo o pranto, de outras só o sorriso
Umas me roubam a alma, outras me dão alento

Assim na viagem prossigo: trilha, ilusão e tempo
De algumas levo saudades, quisera tê-las comigo
De outras lavo a maldade, da ambição o fermento
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 17/10/2013
Reeditado em 07/09/2015
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