O DIÁLOGO É UM LAÇO

Eu estou como quem morre

Não que antes tenha morrido na carne

Eu estou como quem perde muito e não entende de porquês

Eu não estou como sempre quis

Eu não sou atriz de máscaras ao luar

Cabelos a esvoaçar

Não me faça preces, que eu não atendo o que não entendo

E de você eu entendo tão pouco

Eu nunca te desvendei. Não será agora

No último momento de luz branca a enxergar

pequena como ponta de agulhas no mar

os raios brilham enquanto refletem lábios obscuros

e seus olhos demoníacos dos anjos caídos a me tosquiar

Eu vim de cima. Isso não significa que permanecerei

Sou vazão de mim, no vácuo. A ponto cru

Na tortura dos dias, banhado em cinzas, eu era lama

e minha alma, estrume em vermes

Eles a me invejar, secando-me com olhos de dor

Sozinho