Implacáveis Cutelos

Leve as suas afigurações paranóicas

Para os quintos do tão comentado inferno

Destrua a estrutura sólida que existe

Mas, a desaprovação em mim persiste

Infrinja todas as leis primordiais do bem estar

Enlouqueça -te! Enterre a essência do amar!

Não desperdice as suas vãs emoções

Que perambulam feito doidas pela casa

Não derrame as suas lágrimas inconsequentes

Nesse mar de ressaca, confuso e enfermo!

Alimente esse ódio irracional

Que emana dos seus inóspitos pensamentos

Percorra por esse trajeto às escuras

Se enverede feito louca em suas lamentáveis clausuras

Não! Mil vezes não! Me isente desses implacáveis cutelos

Não transforme os meus sentidos em flagelos!

Entre nesse imponente navio cor de anil

Repleto de alegria e confiança

Ou me liberte desse terrível cárcere

Moldado em deliberáveis tormentos.

Vivencie cada fração de segundo

Deleitando-se sóbria sobre os lençois

Chute sem pena alguma a infortuna insegurança

Reflita frente ao espelho nessa lastimável andança

Murros em ponta de faca! Idiotice plena e corriqueira

Os laços fraternos um a um sendo lançados em eterna fogueira

Permaneça no percurso da vida

Não dê corda às inconsequências

Não coloque os nossos jovens corações

Em afiadíssimos e enferrujados anzois!

Sinta o ar entrando pela nossa sala

Com o aroma indescritível de violetas!

Extermine os fatos concretos daqueles inúteis transcorridos

Pois sabe que há tempos, habito em regatos compungidos

Estraçalhe ferozmente essas máscaras impostas pela neurose!

E amenize essa vida padecida em necrose

Lute até o fim consigo mesma!

Faça um esforço descomunal para sair desse labirinto mortífero

E consiga pelos os seus próprios atos

A paz absoluta, ao andar em suas frágeis chancletras.

http://alexmenegueli.blogspot.com.br/