Implacáveis Cutelos
Leve as suas afigurações paranóicas
Para os quintos do tão comentado inferno
Destrua a estrutura sólida que existe
Mas, a desaprovação em mim persiste
Infrinja todas as leis primordiais do bem estar
Enlouqueça -te! Enterre a essência do amar!
Não desperdice as suas vãs emoções
Que perambulam feito doidas pela casa
Não derrame as suas lágrimas inconsequentes
Nesse mar de ressaca, confuso e enfermo!
Alimente esse ódio irracional
Que emana dos seus inóspitos pensamentos
Percorra por esse trajeto às escuras
Se enverede feito louca em suas lamentáveis clausuras
Não! Mil vezes não! Me isente desses implacáveis cutelos
Não transforme os meus sentidos em flagelos!
Entre nesse imponente navio cor de anil
Repleto de alegria e confiança
Ou me liberte desse terrível cárcere
Moldado em deliberáveis tormentos.
Vivencie cada fração de segundo
Deleitando-se sóbria sobre os lençois
Chute sem pena alguma a infortuna insegurança
Reflita frente ao espelho nessa lastimável andança
Murros em ponta de faca! Idiotice plena e corriqueira
Os laços fraternos um a um sendo lançados em eterna fogueira
Permaneça no percurso da vida
Não dê corda às inconsequências
Não coloque os nossos jovens corações
Em afiadíssimos e enferrujados anzois!
Sinta o ar entrando pela nossa sala
Com o aroma indescritível de violetas!
Extermine os fatos concretos daqueles inúteis transcorridos
Pois sabe que há tempos, habito em regatos compungidos
Estraçalhe ferozmente essas máscaras impostas pela neurose!
E amenize essa vida padecida em necrose
Lute até o fim consigo mesma!
Faça um esforço descomunal para sair desse labirinto mortífero
E consiga pelos os seus próprios atos
A paz absoluta, ao andar em suas frágeis chancletras.
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