Valeta

Deixo, sim, eu deixo a vida,

Escorrer pela avenida,

Dessa valeta torpe e fingida,

Que busca sugar minha agonia.

Fodam-se os bons,

Com essas caras lavadas,

Com sorrisos de crepom,

Valetas de cores opacas.

Os falsos moralistas,

Se é que existe um verdadeiro,

Com suas bocas vigaristas,

Proferindo a morte por dinheiro.

Velhos jovens insossos,

Contorcendo as tripas,

Mancos de desgosto,

Expelindo as vísceras.

Tudo feito de merda,

Navegando no esgoto,

Que é a existência sincera,

De um sujeito muito escroto.

Cozinhamos as horas,

Em um banho maria ácido,

Faz queimar com a demora,

Tornando cada gesto fácil.

Dejeto grotesco que escorre,

Inundando mentes vazias,

Um mercenário de poucas posses,

Refletindo o espelho de sua apatia.

Cai e quebra essa face,

Os cacos dessa rota porcelana,

São vestígios de desastre,

Espalhados em mente insana.

Que as gerações seguintes,

Desapareçam por completo,

Essa herança é hediondo crime,

Rejeitado por vindouros fetos.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 25/03/2013
Código do texto: T4207653
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