Sonhos Despedaçados
Abre-se a cabeça,
Desejando introjetar,
Algo que esqueça,
É preciso continuar.
O mundo do “faz de conta”,
Deixa de ter sentido,
Aparecem as famigeradas contas,
Assim, ficamos crescidos.
A busca cessa,
A infantil doçura,
Morre com pressa,
Sobram as amarguras.
O castelo da praia,
Onde realizávamos,
Cede à força da falha,
Como eternos azarados.
Os olhos perdem a magia,
Por conta dos dissabores,
Nasce a perfídia com a malícia,
Reclama-se das diárias dores.
A esperança murcha,
Feito uma flor morrendo,
Tocamos o real com luvas,
O medo do estar envelhecendo.
Reduzidos ao pó,
Antes do corpo,
Que enterrado só,
Terá o último sopro.
Pedimos por qualquer coisa,
Feito pedintes miseráveis,
Que se culpam pelas escolhas,
Com arrependimentos detestáveis.
O orgulho arrefece,
Pela apatia da fadiga,
O sujeito se esquece,
Torna-se falsa alegoria.
Tomba diante da derrota,
Que cria para si,
Conformado idiota,
Que se desfaz antes do fim.
Volta para a caverna,
Conformado ao máximo,
Já que sua rebeldia indigesta,
É sentir quando se encara, asco.
Vazio de sonhos,
Com fragmentos de um caos,
Que não diz o que somos,
Mas concebe enquanto maus.
Por fim, o túmulo,
Que é esperado,
Calando-se para o mundo,
Morto, infeliz e sepultado.