À Deriva

Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...

Minha pequena embarcação, muito desgastada, já não abriga todos que comigo partiram.

Uns não suportaram as dificuldades quase diárias, e foram levados por Anfitrite.

Outros cuspiram em minha surrada face, e gestos sinceros e leais os meus olhos não mais viram...

Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...

Agora só, nesse imenso oceano de turvas e gélidas águas

Com o rumo e esperança perdidos entre os milhares de pequenos corais

E demasiadamente aflorados, os prantos depressivos alimentando minhas mágoas...

Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...

A saudade de outrora me fulmina como lâminas mergulhadas em brasa

E nesses momentos melancólicos, deito exausto sobre o velho convés e tento adormecer

Para tentar extinguir um pouco essas dores que me destrói e arrasa...

Nesse mar de fracassos, vou navegando por dias e noites ininterruptas...

Muitos navios passam vagarosamente, e eu com a cara abatida,aceno entusiasmado,

Mas eu não existo para os demais, sou um ser invisível e deixado de lado.

Apenas curvo a cabeça e fecho os olhos; e assim vou navegando por dias e noites ininterruptas...

http://alexmenegueli.blogspot.com.br/ 01/04/2012

Alexsandro Menegueli Ferreira
Enviado por Alexsandro Menegueli Ferreira em 28/04/2012
Reeditado em 17/11/2012
Código do texto: T3638202
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