SILHUETAS DE TI
A capacidade do meu coração
Em absorver os fatores externos
De desamor e desilusão, esgotou-se...
E agora me assusta esse coração
Tão frio como o gelo e inalcançável como as estrelas!
Oh! Deus! Como pude deixar os revezes da vida
Perturbarem tanto o meu modo de ser?
Por que abalou-me tanto os malefícios
Da insensibilidade, corolário da desilusão?
Seguindo os ditames do meu coração,
Sou agora indiferente entre o certo e o errado.
E sigo inflexível entre ágmas dos suspiros tristes,
da afasia e das venturas passageiras
dos risos ensandecidos do fulgor e da alegria.
No meu céu de brancas nuvens
Dissiparam-se os sonhos!
Já não sinto o sol afagar-me, nem vejo a brisa tremer!
Mesmo assim, com os olhos marejados,
Uma saudade fina me invade, trazendo silhuetas de ti.