Quando o amor se vai

Deslizou por entre lábios

Peitos e colo, entre as coxas

Parou, ouviu sons de violino,

Escutou o badalar dos sinos

Nas igrejas.

O rumor das folhas a terra fez

Parar, viu o amor se perder,

O fim de uma paixão, sentiu

Saudades, ficou deprimido,

A onda misturando-se

Ao cair da tarde viu.

As flechas da noite aturdiu-o

Em pensamentos sombrios,

Vastos, quis voar, saiu pro

Mundo, perdeu os sonhos,

Não sente medo, não tem segredos,

As borboletas no jardim vigia,

Ouve sons estranhos, descalço

Anda por aí com um cigarro apagado

Entre os dedos, vive à beira de

Precipícios e topos dos arranha-céus,

Encara profundamente uma sombra

Indecisa que balança a regência

De um lampião tocado pelo vento,

Lembra da rejeição.

O próximo minuto: um corredor

Escuro sem fim. Entre o perfume

Do jardim e o frio do mármore

Deita-se, a lua inerte acompanha-o

Eternamente por trilhas distantes.

Autor Irineu Magalhães

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