Vazios íntimos
Talvez eu seja apenas essa sombra,
Essa sombra que intimida, mas, sem vida.
Incapaz de tocar, abraçar, sorrir.
É, talvez eu tenha me enganado,
Acreditando que podia fazer a diferença,
Mas qual diferença?
A juventude se perde
Minha juventude insiste
Para que? Para onde?
Já estou cansado disso tudo!
A mim parece tudo um absurdo,
A fala, a ausência, as promessas.
Ah, já chega de brincar de bondade,
De esperança e outras falácias.
Porque hoje sou contrário, amanhã não sei.
Talvez eu seja apenas essa sombra,
Vaidosa e vazia. Mística e semimorta.
Filha desses caminhos sem volta.
Paro por aqui, desejo ventre.
Sumo, retorno, me desfaço.
No fim: auto-retrato.
25 de janeiro de 2012