Um desligado abajur

Estava caminhando quando resolvi parar

Perguntei-me por que comandar o pé

Por uma estrada por onde não sei trilhar...

Pensei então que devo ter alguma fé

Mesmo que ande sem saber aonde ir

Nesse mundo de únicos, de quaisquer.

Olhei a noite caindo e comecei a ri,

Olhei-me temporalmente e me vi só

A vida inteira preso sem poder fugir

Ergui os olhos para as estrelas em pó

A noite fraca, fraca força, poente ao sul,

Desentendi quando me abafou um voto de dó...

Como se eu não existisse, ali me senti nu,

Apagado sob as sobras, um desligado abajur...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 09/01/2007
Reeditado em 09/01/2007
Código do texto: T340840
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