Um plano que falhou
Um plano que falhou
Uma sobra que não se aproveitou
Um borrão à vista
De quem tem amor,
A permanência de uma dor,
Eis o que eu poderia ser,
Mas nem isso sou...
Uma peça inadequada,
Uma estrada que se apagou,
Uma consciência distante,
A dúvida de quem diz que se encontrou,
Eis o que às vezes penso ser,
E o que às vezes sou...
Um adeus que ninguém escutou
Um prazer em ser externo,
Uma vontade se ser eterno
Mas que alguém os dias já contou
Eis as vezes o que sonho
Eis a asa que se quebrou...
O poeta de despoemas
Que a todos desagradou
Sem nem mesmo citar seus desversos
A quem jamais alguém interessou,
Eis às vezes o que penso ser
O que tenho certeza que sou..
Os meus medíocres versos,
Como os que eu agora estou
A compor,
Um despoema nascido da dor,
Que me parece autoconsciente
E pensa que eterno se tornou...