Só solidão...
Eu procuro
Nunca acho
Quem me dera ser como Picasso...
Na minha busca me desfaço
E depois esqueço o que buscava
Então volto aos meus pedaços
Mas eu nunca me refaço...
E assim
Tantas vezes tentando
Eu me lancei várias vezes procurando
E outras tantas a mim voltando
Que hoje eu já não sei
O que comecei buscando....
O que de mim sobrou é muito pouco
Aquele menino não existe mais,
Se perdeu, se tornou em louco,
O que hoje não sabe o que faz...
Às vezes ele ver amanhecer o dia,
Outras vezes contempla o anoitecer,
E nessas horas neutras ele sente alguma alegria
Senti a poesia e a melancolia e
A esperança de que um dia nada mais vai ver...
Às vezes ele escreve uns versos,
A maioria esconde, não ler,
Nem deixa ninguém ver...
Diz ele que para entender
As pessoas tinham que ser como ele,
Admirar o nascimento do dia
No mesmo momento em que
A noite está a morrer,
E também à morte do dia
Enquanto a noite esta a nascer...
E ainda mais
Os seres não deviam ter tanta certeza
Do que são
Pois no se desfazer-se refazer-se
Eles sempre perdem um pouco de si,
E ficam como ele
Que foi se tornando só solidão...