MINHA ÁRVORE

Não satisfeita com tanta maldade,

E nem com a dor que me causou,

Subtraindo quase tudo

[Que com esforço construí.

Até a árvore que eu plantei ela mandou matar!

O meu coração até sangrou,

Ao ouvir o barulho estridente da moto-serra,

Nas mãos do homem rude com sorriso sarcástico

Ao ferir e ouvir gemer a inocente árvore,

Que com amor um dia eu plantei, reguei e vi crescer!

Até a minha árvore ela mandou matar!

Com a nítida ilusão, de que com aquele gesto

Ela me destruiria...

[Até a minha árvore ela mandou matar!

Meus olhos não puderam conter as lágrimas,

Que com veemência insistiam rolar...

Sofri a dor, mas também me apiedei,

Da alma bruta que tanto me enganou.

Eu tive pena do estágio que a vi chegar.

Embrutecida, cheia de ódio no coração.

E até matando para satisfazer

[O seu egoísmo e sua ambição (...)

Até a minha árvore ela mandou matar!

O meu semblante se entristeceu

[Ao ouvir de longe

O gemido de dor quando a minha árvore tombou,

Sobre o solo enrijecido.

Aquela plantinha que um dia com carinho eu plantei!

Até a minha árvore ela mandou matar!

O meu espírito quis desanimar,

De nesta Terra por mais um tempo

Ainda permanecer,

Ao ver tanta maldade em uma só pessoa...

Até a minha árvore ela mandou matar!

E eu sofri por perceber tanta fraqueza humana (...)

Sofri a dor, mas também me apiedei.

Da alma bruta que tanto me enganou.

E tive pena do estágio em que eu a vi chegar.

Embrutecida com ódio no coração,

E até matando para satisfazer sua ambição.

Até a minha árvore ela mandou matar!

Então neste momento de pesar,

Em espírito, chegou um anjo e quis me confortar!

Eu estava só, ele me fez companhia,

Amparou-me, enxugou as minhas lágrimas...

E me pediu para que eu a perdoasse.

Até a minha árvore ela mandou matar!

O meu coração sangrou,

Os meus pulmões quase pararam,

Até pareciam querer adivinhar,

Que meu oxigênio ela tentou tirar...

Até a minha árvore ela mandou matar!

O autor é membro Efetivo da Academia Cachoeirense de Letras,

fundador da Casa da Cultura de Cachoeiro de Itapemirim e primeiro

Presidente eleito.