Um sonho infantil na consciência da velhice e da morte

Acho que sou ainda aquele mesmo sonhador de quando criança,

Só que agora abraço as traças ao invés da esperança;

Agora eu forço as fábulas, que antes vinham naturalmente,

Para esquecer as farsas, que antes eram tão distantes.

Eu ainda sonho acordado,

Mesmo com o mundo me mandando dormir,

O meu sonho é intranqüilo, agitado,

Pela agonia de descobrir.

Mas as lágrimas, que antes eu produzia para chamar atenção,

Agora secaram e a tristeza vestiu-se de cinismo e ilusão.

Ah, tanto sentimentalismo só serve para velhas solteironas.

Vou a um baile da terceira idade (não sei dançar, mas, foda-se).

Outubro/2006

EDUARDO NEGS CASTRO
Enviado por EDUARDO NEGS CASTRO em 28/09/2011
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