Um sonho infantil na consciência da velhice e da morte
Acho que sou ainda aquele mesmo sonhador de quando criança,
Só que agora abraço as traças ao invés da esperança;
Agora eu forço as fábulas, que antes vinham naturalmente,
Para esquecer as farsas, que antes eram tão distantes.
Eu ainda sonho acordado,
Mesmo com o mundo me mandando dormir,
O meu sonho é intranqüilo, agitado,
Pela agonia de descobrir.
Mas as lágrimas, que antes eu produzia para chamar atenção,
Agora secaram e a tristeza vestiu-se de cinismo e ilusão.
Ah, tanto sentimentalismo só serve para velhas solteironas.
Vou a um baile da terceira idade (não sei dançar, mas, foda-se).
Outubro/2006