Perdoa-me
Oh! Não entristeça-te o coração.
P’r favor, peço perdão
Por ferir-te assim o peito.
Tuas lágrimas são amores
Destilados e sem cores,
Mas no fundo tam perfeitos.
Ai! O que fiz foi vil,
Foi infame o que sentiu
Na tu’alma, no teu peito.
És tam bela quando chora –
Lírio lindo me descora... –
Mas não quero-a desse jeito.
Umedece-te a roupa
A gota leve... Olha outra!
Vai caindo... é tam perfeito
Que apaixona-me a mente
E tua tristeza é simplesmente
Um viandante no teu peito.
Erga a fronte... Ao horizonte!
Sinta o vento daquele monte
E traga vida ao peito teu!
Dar-te-ei muitos carinhos
E dir-te-ei aqui baixinho:
És dos deuses o apogeu!