Por que Amar?

Por que amar?

Se todos os amores são iguais,

Independente de quando e onde

Sempre será o mesmo amor, o mesmo temor.

Porque na vida

Tudo é monótono

Tudo é triste

O que mais importa é não importar

O que mais é difícil é se libertar,

Quando as algemas estão enlaçadas

Presas sem alento, sem ternuras, sem fim.

Se amar é viver

Porque eu não vivo?

Porque eu não vivo sem você?

Será que este é algum castigo

No qual estou presa a você...

Não ei de derramar uma lágrima se quer

Por amor

Não mereces minha vida

Não mereces minha dor.

Porque amar assim

É como se olhar no espelho...

Mas não ter o próprio reflexo.

Não existe amor construído

Com a areia do tempo...

O que existe são lágrimas

Neste momento.

Talvez eu culpe a mim mesma

Porque ter chegado tão longe assim,

A vida é tão descontínua certa hora

Que perco a noção do não e do sim.

Todos os amores são iguais

Nascem com um beijo

E morrem com uma briga.

Mas porque mesmo sabendo disso

Eu insisto tanto em tentar de novo

Insisto tanto em encontrar

Um amor novo.

Se o amor não existe

Porque dói tanto?

Porque as lembranças

Simplesmente

Não vão embora?

Se eu temo a alguma coisa

Nesta vida

Já descobri o que temer...

Ao amor.

Por que amar?

Estar só já não basta?

Por que amar?

Se me dou tão bem comigo mesma

Por que amar?

Porque amar hoje se amanhã

Não terei mais nada...

A não ser uma lembrança

Esquecida na última gaveta

E só.

Leticia de Faria Trindade
Enviado por Leticia de Faria Trindade em 06/08/2011
Código do texto: T3143419
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