Eflúvios do Éden
Talha o cinzel o caulim tênue d'alma,
Imprimindo-lhe estigmas indeléveis.
O Artífice transmuta a realeza:
Faina contumaz sobr'a obra imperfeita.
Penso que viver também seja um cárcere.
Estar ciente é render-se ao controle
De um sistema coercitivo e iníquo.
Seria o ser senhor de sua sorte?
O mel das horas já não me apetece.
Nada é como antes e o porvir assusta,
Quem teme a feição ignota do mundo.
Dos fatos em curso, provo as agruras;
Tudo converge ao crasso pesadelo...
N'arte da escrita amanho meu conforto.