Desgraçadas horas

O que me resta?

O que me resta senão esse Silêncio?!

Esse Silêncio no meu Coração,

Que desfia, em voz baixa,

A dor que sinto agora...

O que me resta?

O que me resta senão

O vazio de uma perdida hora?

Ah, esse silêncio que apavora...

Uma hora feliz,

Mas amarga agora...

Aqui entre nuvens

E seres etéreos, eu pergunto,

O que me resta

Em meio à agonia que transpassa,

Que me afoga em quadros de outrora...

Será que podem vocês,

Seres silenciosos,

Observantes de almas,

De olhos perdidos,

De perdidas esperanças,

Dizer o que posso fazer agora...?

Agora, nesta densa hora

Em que caio,

E mais desejo cair,

Cair sem jeito,

Sem demora,

Nisso que vejo

Nisso que sinto

No pavor que me enlaça agora...?

Oh, podem pelo menos

Desviar seus olhos de fogo

E tirar o peso

Que esmaga a mim,

E ao meu coração?!

Desviem seus olhares,

Deixem-me a sentir

Isso que só apavora!

Ah, deixem-me!

Apenas quero neste momento

A solidão,

Amiga fiel

Dessas desgraçadas horas...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 30/11/2006
Reeditado em 30/11/2006
Código do texto: T305711
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