Desgraçadas horas
O que me resta?
O que me resta senão esse Silêncio?!
Esse Silêncio no meu Coração,
Que desfia, em voz baixa,
A dor que sinto agora...
O que me resta?
O que me resta senão
O vazio de uma perdida hora?
Ah, esse silêncio que apavora...
Uma hora feliz,
Mas amarga agora...
Aqui entre nuvens
E seres etéreos, eu pergunto,
O que me resta
Em meio à agonia que transpassa,
Que me afoga em quadros de outrora...
Será que podem vocês,
Seres silenciosos,
Observantes de almas,
De olhos perdidos,
De perdidas esperanças,
Dizer o que posso fazer agora...?
Agora, nesta densa hora
Em que caio,
E mais desejo cair,
Cair sem jeito,
Sem demora,
Nisso que vejo
Nisso que sinto
No pavor que me enlaça agora...?
Oh, podem pelo menos
Desviar seus olhos de fogo
E tirar o peso
Que esmaga a mim,
E ao meu coração?!
Desviem seus olhares,
Deixem-me a sentir
Isso que só apavora!
Ah, deixem-me!
Apenas quero neste momento
A solidão,
Amiga fiel
Dessas desgraçadas horas...