Bar da ironia

Quando há carência a dor é grande

Se tiver sorte um pouco basta pra alegrar

- Ei garçom? Cadê o cardápio? Tô com fome!

Lá fora chove forte, mas não preciso me preocupar

Esse bar de solidão fica aberto 24 por dia

E pros dorminhocos há uma filial no mundo dos sonhos

- Deixa de ser louco irmão aqui só se serve lágrimas!

Quanta inocência “menino”, não hesite e abra essa garrafa

Tire a tampa dos seus sentimentos e vire o copo todo

E embriagado de paixão cante seus problemas nessa noite

Um gole de seu amor não se faz, mas um gole de dor bem não faz

- Moço, só vim comer um lanche! Odeio bebidas alcoólicas!

A chuva ganha força e as gotas parecem balas duma metralhadora

De gota em gota, de gole em gole o “menino” vai sonhando

Vai sonhando, cantando, bebendo e chorando e vai e vai

E vem mais uma garrafa para ser molhada com lágrimas

O tempo não passa ou é minha cabeça que fica com a lembrança?

- “Menino”, acorde já é de madrugada! Vá pra sua casa

Se tiver sorte seus pais vão abrir a porta, não chove mais!

Já é outro dia, talvez de dor ou de alegria, mas é outro dia

Cabe agora escolher o que queres pra sua vida

Abra o cardápio e não espere o garçom te abordar

Porque nessa vida o que vale é o “self-service”

Quanto ao garçom dele só vira “acorda” e “pague a conta”

Du amor
Enviado por Du amor em 24/04/2011
Reeditado em 24/04/2011
Código do texto: T2928509
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