O ser um
Escuto ao fundo minha TV de sombras
Que perco os meus sonhos em imagens cálidas, fugidias
Quero me limpar de todo mal me faço diariamente...
Constantemente...
Mas posso manter a cabeça firme!
Posso até dirigir máquinas jamais testadas
Mas eu me perco... Sempre me perco!
Será que não me aceito? Será que sou triste por condição?
Sou poeta e solitário!
Que vê a vida nas suas mais lindas formas
Lindíssimas e perigosíssimas formas...
Sou sutilmente breve e cálido; inconstante, flácido
Que me perco no mundo que me é dado
Eu não quero nada passageiro e fútil
Quero eternidade e beleza... Deus em suas formas breves!
Quero não escrever de vomitar; quero escrever de cantar as belezas!
Não o fim dos dias e sonhos... Não!
Canto o mal, o meu mal!
Que nem ultrapassa minha cabeça!
Ultrapassa meus sonhos, bloqueia minha vida!
Eu posso ser tudo? Eu posso brincar de viver?
Quero a felicidade nova, a felicidade verdadeira!
Quero me limpar de todo o mal que eu já fiz a mim mesmo!
Quero ser simplesmente livre e simplesmente completo!
Desejo comer o fruto na minha sinceridade!
O fruto que me faz maior!
O fruto que me deixa livre...
A densidade e a simplicidade de ser eu!
Em um infinito tão vasto e me perdendo em besteiras...
Mas me sinto solitário e breve!
Quero a integral do infinito!
Que se resume a nada...
Na póstuma vida niilista de sonhos e desejos... Vãos!
Quero olhos sinceros de vida!
Olhos de verdade e nobreza!
E viva a sociedade puríssima e fluida!
Viva a densidade e a sua forma de conter as dores normais!
Não quero precisar cantar as infelicidades...
Quero cantar as belezas e as certezas de viver!
O amor que não tenho, quero brilhar!
E assim poder me firmar como um!
27-10-2006