ESTRO TRISTE
Flui um suave vento no cone sul.
Ao som do insólito canto dos pássaros,
Meu estro triste se alastra
Iludido na distância
De pensamentos dúbios,
Mas tudo é luz sob o céu azul!
Num átimo inesperado,
Uma impaciente vibração no ar
Traz os últimos raios vermelhos do sol
Que penetram sorrateiramente
Pelos vãos da minha janela.
Na fragrância das flores violáceas
E do vinho tinto carmim,
Repenso a vida..., medito:
Por que fiz de ti meu refúgio
Se me impacienta a incerteza
Do seu amor tão difuso?
Distancia-se minha esperança:
Já não sei se vivo em mim
Ou se sou um mero espectro
Que transita pela vida
Absorvendo o circunspecto.