ESTRO TRISTE

Flui um suave vento no cone sul.

Ao som do insólito canto dos pássaros,

Meu estro triste se alastra

Iludido na distância

De pensamentos dúbios,

Mas tudo é luz sob o céu azul!

Num átimo inesperado,

Uma impaciente vibração no ar

Traz os últimos raios vermelhos do sol

Que penetram sorrateiramente

Pelos vãos da minha janela.

Na fragrância das flores violáceas

E do vinho tinto carmim,

Repenso a vida..., medito:

Por que fiz de ti meu refúgio

Se me impacienta a incerteza

Do seu amor tão difuso?

Distancia-se minha esperança:

Já não sei se vivo em mim

Ou se sou um mero espectro

Que transita pela vida

Absorvendo o circunspecto.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 08/01/2011
Reeditado em 13/07/2011
Código do texto: T2716520
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