Tranquei

Tranquei a minha porta.

Não quero lá fora ficar.

O mundo só me mostrou

sua fria face.

E os meus sonhos veio roubar.

Não quero mais viver lá fora.

Não acredito mais em ninguém.

Até hoje não pude viver.

Até hoje só tive

o que não me convém.

Tranquei-me, e aqui dentro vou ficar.

Terei como companhia a minha solidão.

Às minhas lágrimas de dor,

e o vazio do meu coração.

Ah...que vida triste a minha.

Viverei como um eremita.

Quem sabe sozinha eu verei,

a face da vida mais bonita.

Cansei de injúrias,

cansei do orgulho e da vaidade,

que as pessoas apresentam.

Cansei da falta de amor.

Que os meus dias atormentam.

Cansei da falsidade,

Cansei do materialismo.

Ví que nada que o mundo apresenta,

em minha vida eu preciso.

Ah, como eu cansei da violência.

Como eu cansei de ver o anoitecer,

tão igual ao meu amanhecer.

Cansei de não ter boas surpresas.

Cansei de não ter carinho.

De ser ofertado da rosa,

para mim, apenas o seu espinho.

Estou cansada,

cansada de tudo por fim.

Por isso agora tranco-me,

também dentro de mim.

Giovânia Correia
Enviado por Giovânia Correia em 07/11/2010
Reeditado em 07/11/2010
Código do texto: T2601199
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