Quiromante
A cigana lia tua mão,
nos teus olhos eu lia poesia...
O destino com os olhos no chão,
Pilatos com as mãos na bacia...
A linha da vida envelheceu
e mais nos teus olhos eu via
poesia que jamais pereceu
na pena da ave vadia...
O traço de tua palma revelou
o que já há tempos eu sabia,
os teus olhos o destino cerrou
pra ternura de minha poesia...
A cigana, há muito morreu...
E nas mãos do destino, enfim,
minha poesia adormeceu
e nosso amor teve fim...