A TUA ANGÚSTIA
Paródia da nobre colega
Célia Poetisa, ao poema
Angústia de minha autoria,
reescrito aqui, de baixo para cima.
A TUA ANGÚSTIA
Nas águas do teu cantil
Refletidas como um fantoche
Temendo ver meu perfil,
Sem rumo certo tu foges.
Pressagiando teu viver
As estrelas choram contigo.
Nem vês a brisa tremer
Nem sentes perto o perigo.
O eco dos teus cantares
Faz-te esquecer teu eu.
Sem estrelas, sem donaire
Sob o azul do céu!
O pulsar do teu coração
Trás angústia funesta,
Saudade e solidão;
Bem vinda insônia te resta.
Na poesia cheia de desejos
Tal o sonho que sonhaste,
Traças, fugindo do silêncio
Que deixei, nestas linhas abstratas.
(Célia Poetisa)
AGRADECIMENTO
No abstratismo dos seus versos líricos,
Toda a angústia funesta é varrida
Para a não existência.
E o arroubamento do meu espírito
Eleva-se como folhas aventadas
Na diferença do seu poetar delicado.
Obrigado, querida poetisa Célia Paiva!