ANGÚSTIA
Farto do teu silêncio,
Parto deixando rastros
Dos sonhos que sonhei
Na poesia do meu estro lastro!
Seja bem vinda a insônia,
A saudade, a solidão...
A angústia funesta e insólita
No pulsar do meu coração!
Sob a face azul do infinito,
E de estrelas sem donaire,
Esquecerei os meus eus
Para ser eco de cantares!
Já não sinto o perfume campestre,
Nem vejo a brisa tremer!
As estrelas choram comigo
Pressagiando o meu viver!
No incerto, sem rumo certo,
Temo ver o seu perfil
Refletir-se como um fantoche
Nas águas do meu cantil!