I - A Última Poesia de Amor

Coração meu, não te quero mais!

Poupai-me a ferida que já me faz

Tresloucar meus versos... Descompassos...

Sem métrica, andamento!

Eu só quero mesmo o relento!

Quero na madrugada desabafar

Todo o orvalho dos olhos

Todo o amor em molhos

De quem não soube amar.

Despejo meu último amor

O último pedaço do meu coração

Despejo, mutilada, a antiga dor

De quem morreu de paixão.

Quanto soluço, quanto!

Quanto sonho sonhado!

Mas se o olhar levanto

Eu vejo o sonho doirado

Sem rima, disforme

Distante, tão belo...

"Aseno", com um erro gramatical

Com a fiel promessa

De que quando acordar

Tão certo como o sol nascerá

A última poesia de amor

Em mil se fará...

Edmond Conrado de Albuquerque
Enviado por Edmond Conrado de Albuquerque em 10/04/2010
Reeditado em 14/04/2010
Código do texto: T2189608
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.