I - A Última Poesia de Amor
Coração meu, não te quero mais!
Poupai-me a ferida que já me faz
Tresloucar meus versos... Descompassos...
Sem métrica, andamento!
Eu só quero mesmo o relento!
Quero na madrugada desabafar
Todo o orvalho dos olhos
Todo o amor em molhos
De quem não soube amar.
Despejo meu último amor
O último pedaço do meu coração
Despejo, mutilada, a antiga dor
De quem morreu de paixão.
Quanto soluço, quanto!
Quanto sonho sonhado!
Mas se o olhar levanto
Eu vejo o sonho doirado
Sem rima, disforme
Distante, tão belo...
"Aseno", com um erro gramatical
Com a fiel promessa
De que quando acordar
Tão certo como o sol nascerá
A última poesia de amor
Em mil se fará...