ALMAS SÔFREGAS

O negro asfalto crepita

Sob os passos angustiantes

Da plebe que se aglutina e,

Destemida, solta a voz cansada

De ostensivo descontentamento,

Num apelo de dor à justiça!

Contrapondo-se aos alaridos,

Os detentores do poder, calmamente,

Desfilam sua prepotência

Pelos tapetes palaciais,

Fingindo nada presenciarem.

Uma pergunta não cala:

Serão os oprimidos ouvidos algum dia?

Ou serão reprimidos, perseguidos

E mesmo mortos sem digladiarem?

Com os olhos razos d água

E as mãos unidas, em prece,

O proletariado espera

O alvor de nova aurora!

Que o voto consciente em massa

Do raiar de nova era,

Afugente as bridas que enlaçam,

Assombram e entorpecem!

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 04/07/2009
Reeditado em 03/08/2010
Código do texto: T1682057
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