FEALDADE

Meus versos, sem terem porque haver,

ou existir, são apenas o tudo, que é nada,

ridícula comicidade, um espelho

oblíquo, onde não entra sequer a luz,

para não ferir, a excelsa paisagem.

Poetastro da mentira e da ilusão, finjo-me

poeta, aos olhos dos outros,

porque tudo, mas tudo, aquilo que escrevo,

é o irrisório, de minha própria personalidade.

Um autêntico momo, de mãos dadas com

a farsa.

Que faz da poesia, seu modo mais egoísta,

de viver a sua «não vida».

Nada sou. Nada serei. Uma aberração, que

nunca devia ter saído, do lugar que lhe mereceu.

Jorge Humberto

31/03/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/04/2009
Código do texto: T1517218
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