SANGUE E CHOCOLATE
Reflito para integrar-me à plena criação.
Determinada, busco a vaga esperança
Que anima meu espírito e me consola.
Desprendo-me da tentativa
De compreender os homens
E suas contradições.
Permaneço em meu silencio para aceitar
As atitudes e gestos ao meu redor,
Aceito-as em sua totalidade
Embora meu juízo as repreenda todo tempo.
A aceitação é um jogo fácil,
Doce como o chocolate
Intenso como o sangue das nossas veias...
Assim, não me entrego à plena solidão,
Nem conformo gratuitamente
Com as vicissitudes ofertadas pelo mundo.
Nenhum hábito interrompe minha existência,
Pois vivo minha porção quieta
De resistência circunstancial.
É possível desfrutar os mínimos instantes
Da doce fragrância do cacau.
Esquecer-me dos seres humanos,
Esquecer-me de suas corrupções,
Degustando o sabor da paz tão almejada.