Desilusão I (Dueto)
A sombra que me invade a luz
é o ocaso de uma ilusão;
derradeira nota de uma canção,
uma sublime canção que compus.
Invadiste o jardim alheio,
tocando-lhe flores livremente,
ziguezagueando impunemente.
Como seduziste sem receio!
Buscavas aventura passageira,
encontraste a essência do amor!
Agora, sentes estranho candor,
que no teu coração se abeira.
Difícil viver a hipocrisia
neste invadido jardim em flor.
A poetisa Esperança brinda-nos, em resposta, com seus belíssimos versos. Obrigado poeta.
Afasta a sombra, tu és mais do que ela!...
Não deixa ao ocaso a tua ilusão...
Tu podes recompor a mesma canção
E poderás torná-la ainda bem mais bela!...
Se invadido foi, por certo, um jardim,
Que não pertencia a quem o invadiu,
Se foi seduzido quem não o pediu,
Isto justifica de teu sonho o fim?...
Se alguém quis aventura passageira
E do Amor, encontrou a Essência,
Não seria melhor tu, com tua paciência,
Entender o feito?... Pois, o que se abeira
E o que parece ser maleficência,
Muita vez não passa... só de uma aparência...
Nota: Estes versos são dedicados a uma amiga em fase de separação.