Desilusão I (Dueto)

A sombra que me invade a luz

é o ocaso de uma ilusão;

derradeira nota de uma canção,

uma sublime canção que compus.

Invadiste o jardim alheio,

tocando-lhe flores livremente,

ziguezagueando impunemente.

Como seduziste sem receio!

Buscavas aventura passageira,

encontraste a essência do amor!

Agora, sentes estranho candor,

que no teu coração se abeira.

Difícil viver a hipocrisia

neste invadido jardim em flor.

A poetisa Esperança brinda-nos, em resposta, com seus belíssimos versos. Obrigado poeta.

Afasta a sombra, tu és mais do que ela!...

Não deixa ao ocaso a tua ilusão...

Tu podes recompor a mesma canção

E poderás torná-la ainda bem mais bela!...

Se invadido foi, por certo, um jardim,

Que não pertencia a quem o invadiu,

Se foi seduzido quem não o pediu,

Isto justifica de teu sonho o fim?...

Se alguém quis aventura passageira

E do Amor, encontrou a Essência,

Não seria melhor tu, com tua paciência,

Entender o feito?... Pois, o que se abeira

E o que parece ser maleficência,

Muita vez não passa... só de uma aparência...

Nota: Estes versos são dedicados a uma amiga em fase de separação.

Di Amaral
Enviado por Di Amaral em 31/01/2009
Reeditado em 03/05/2009
Código do texto: T1414863
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