Castelo de areia


Mais uma vez tento um poema escrever...
Não consigo... estou a me perder...
A musa se foi, desapareceu...
E minh’alma, que nunca a esqueceu,
Vaga esquecida, triste e dolorida,
Sem rumo, à procura de guarida.

Olho à minha volta... não mais o vejo!
Foi um sonho, uma quimera aquele beijo
Doce... macio... inebriante...
Recordo sempre, a cada instante,
Aqueles lábios que um dia me beijaram,
Mas também, sem clemência, me enganaram.

Pensei haver, enfim, encontrado o amor,
Sentimento a que aspirei com tanto ardor.
Por isso, quantas vezes edifiquei
Um castelo dourado que – julguei,
Seria o ninho que abrigaria a nós dois...
Foi mais um sonho que ficou para depois...